quarta-feira, 12 de setembro de 2012
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
nascerificar
precisão é o que sempre mais me faltou naqueles momentos exactos; é pois preciso aprender a semear antes de um dia semear com precisão
foton
a minha primeira paixão artística talvez tenha sido a musa. agora que encontrei verdadeiramente uma ainda que apenas a vislumbre em memórias e sonhos profundos sou de novo visitado pela artéria artística que me flui pelo desejo ainda que não me tenha ainda concretizado contra edifícios de bastão armado de tinta na ponta da pena. é pena mas não será seja necessariamente a primeira a oportunidade que deverei enquadrar devidamente.
11 de setelembro
helicópteros insistem em sobrevoar o silêncio da noite. talvez seja sempre o mesmo. talvez seja o mesmo em que sobrevoei a cidade num ano passado. anos volvidos a cidade continua certamente igual mas não parece certamente a mesma. parece mais revolvida que nunca. e a história parece mais clara que sempre. parece certamente pouco translúcida. ou talvez seja da minha falta de lucidez agora que parece que volta o hellicóptero.
domingo, 9 de setembro de 2012
ironizar o tempo perdido
neste momento sou apenas tempo a passar a ferros antes que me desfaça em rugas e frases vincadas.
alinhamento de estrelas num cometa humano
haja um universo que ainda acredite em mim que eu já deixei de crer nisso até provar o contrário. se essa mudança se desse um dia gostaria de saborear devidamente o tempo que esta planeta me consinta provando o que faz com crença um homem num mundo em mudança.
deve ser da crise
só um atraso de vida gostaria de acertar as horas pelo seu próprio relógio biológico. o meu anda particularmente desajustado dos meus propósitos universais.
tempo fora fora de tempo
se eu sinto de mim o que sinto o que sentirá por mim uma mulher em especial que sinta por mim o mesmo que eu sinto por ela?
sábado, 8 de setembro de 2012
cede de parede
preferia ser um erro na gramática que este verbo errático sem sinónimo nem gramática expressa na parede do mundo. se agora é tarde pode ser que amanhã seja cedo para um dia novo no mundo
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
já morri
às vezes isso chega para me contentar quando sigo feliz da vida. e mato-os de ciúme sei lá do quê
dardos nús dedos
As divindades brincam aos dados com a minha finitude viciada na roleta russa das curvas dos corpos onde acabo por suspirar suspenso no ar dos meus sonhos humanos.
"a ver, a ver"
uma vizinha ofereceu-me a crédito um gato careca
e logo a mim que nem um cabelo tenho com que me acredite.
pensei em passar-lhe um cheque,
pagá-lo às meias fatias de bolo,
ou servi-lo junto com um café
mas falta-me o capital
e um banco que macredite
e um bar que ainda não tenho
nem amigos na asae.
pensei em dividi-lo em duas metades
e oferecê-lo a um amigo que me atura
mas no fundo tudo o que tenho
é uma moeda na bolsa.
não tenho títulos
nem propriamente propriedades
mas com as que me restam avancei
disse-me
"oh tu que és um santo nas acções porque não puxas da tua capacidade expeculativa e
inventas aí uma rima com dinheiro"
tamos todos com uma careca no bolso
e eu desde que penso que penso
devia era ter ficado por aí a meditar
enquanto deambulasse ou servisse um café nesse bar cuja própria voz silenciou.
pois bem eu mesmo acredito justamente que não será o dinheiro que vai pagar a dívida pública nem tapar o buraco de ozono nem cobrir todas essas coisas que por aí se derretem por aí destapadas. não. a mim ofereceram-me um gato careca. do tamanho cuja medida certa tapou o buraco em que coube entalando o próprio elevador. morreu nesse instante.
ofereceram-me a crédito. e eu acreditei neles...
e logo a mim que nem um cabelo tenho com que me acredite.
pensei em passar-lhe um cheque,
pagá-lo às meias fatias de bolo,
ou servi-lo junto com um café
mas falta-me o capital
e um banco que macredite
e um bar que ainda não tenho
nem amigos na asae.
pensei em dividi-lo em duas metades
e oferecê-lo a um amigo que me atura
mas no fundo tudo o que tenho
é uma moeda na bolsa.
não tenho títulos
nem propriamente propriedades
mas com as que me restam avancei
disse-me
"oh tu que és um santo nas acções porque não puxas da tua capacidade expeculativa e
inventas aí uma rima com dinheiro"
tamos todos com uma careca no bolso
e eu desde que penso que penso
devia era ter ficado por aí a meditar
enquanto deambulasse ou servisse um café nesse bar cuja própria voz silenciou.
pois bem eu mesmo acredito justamente que não será o dinheiro que vai pagar a dívida pública nem tapar o buraco de ozono nem cobrir todas essas coisas que por aí se derretem por aí destapadas. não. a mim ofereceram-me um gato careca. do tamanho cuja medida certa tapou o buraco em que coube entalando o próprio elevador. morreu nesse instante.
ofereceram-me a crédito. e eu acreditei neles...
mammis
Será que no futuro ficaremos conhecidos como uns embrulhados que se revelaram de passagem para o passado?
almomada
por este fim era apenas amor próprio derramado pelas próprias mãos sem leito alheio que o envolvesse no despertar nú de um novo dia.
que a burro sido sou
tenho um assassino à porta. digo-o sem linguagens metafóricas e em discurso directo. mas o que mais temo é o tempo que sozinho passo dentro de casa a matar-me de tédio.
telhados de Zíngaro
na chuva que molha lá fora
no calor que me prende aqui dentro
o fogo das balas perdidas
chuva zincando em telhados de plástico
olhos em luta o olhar que se prende
visão de sonhos sem almofada
lá fora a chuva molha mesmo
descansar e de dar descanso
um dia a noite lá fora nús
dançando sobre passos de corrida e cambalhota.
entre o Panteão e a graça
jogaram um dia crianças à bola.
no calor que me prende aqui dentro
o fogo das balas perdidas
chuva zincando em telhados de plástico
olhos em luta o olhar que se prende
visão de sonhos sem almofada
lá fora a chuva molha mesmo
descansar e de dar descanso
um dia a noite lá fora nús
dançando sobre passos de corrida e cambalhota.
entre o Panteão e a graça
jogaram um dia crianças à bola.
faz tempo que não chove atchim
lá fora chuva chove Chói molha-se pela chuva que chove e que lhe chove por cima do seu passeio molhado lá fora chove chove chói, chai daí que chove chói.
um dia me fizeram um dia de cada vez
e me serviram um dia e outro e um dia ela me fez
aquele seu jeito subtil de me servir "és tu aquele?"
que melhor lhe servia o desejo de ser mulher de ser pessoa e gente e uma e outra vez...
depois de me ter calado
e terem calado bem caladinho,
vê lá se tás mas é quietinho,
de noite fiz um dia
e um dia falei mais alto
que a voz da minha pessoa
disseram-me então schiu
que de pessoas sem jeito
anda o operário contrafeito
e a voz a ensaiar-se ao seu jeito.
disse-lhe então que se passa não sabes que também não sou gente
sem te ter do meu lado, sem te ter frente a frente?
nem gente por aqui eu sou
que já fui gente de andar ao vosso lado
mas ela estranhou
e ela passou
e passou à acção
e passou ao outro lado
do lado de quem diz cansa-me o fado
agora serve-me um gelado,
não foi assim que me disseste é esse "o teu melhor pecado"?
ele tremendo-se no frio e muita bem calado
e é pá, bem bem alheado do bem que se estava do outro lado.
calou-se esperou que a noite,
a noite chegar
procurando-a
levado no amarelo rasgado
do cavalo do seu irmão tigrado.
perdido seguindo atrás do teu encalço desejado.
ela disse-me depois no dia que começou
vê lá se te calas ou se falas por fim
que aqui há pipocas e companhia mais que uma sem fim.
em todo o lado se sentiu
a terra tremeu
rindo sem fim
ou temendo sabe-se lá ainda se por mim
e ele que em si fugiu
sentou-se lado a lado,
frente a frente,
com quem o tinha chateado
com quem o tinha maltratado,
e nada lhes disse que não tivesse já desejado.
e adormeceu que estava demasiado canado
que toda a noite havia já um vão procurado,
e música não havia nenhuma ensinado.
e me serviram um dia e outro e um dia ela me fez
aquele seu jeito subtil de me servir "és tu aquele?"
que melhor lhe servia o desejo de ser mulher de ser pessoa e gente e uma e outra vez...
depois de me ter calado
e terem calado bem caladinho,
vê lá se tás mas é quietinho,
de noite fiz um dia
e um dia falei mais alto
que a voz da minha pessoa
disseram-me então schiu
que de pessoas sem jeito
anda o operário contrafeito
e a voz a ensaiar-se ao seu jeito.
disse-lhe então que se passa não sabes que também não sou gente
sem te ter do meu lado, sem te ter frente a frente?
nem gente por aqui eu sou
que já fui gente de andar ao vosso lado
mas ela estranhou
e ela passou
e passou à acção
e passou ao outro lado
do lado de quem diz cansa-me o fado
agora serve-me um gelado,
não foi assim que me disseste é esse "o teu melhor pecado"?
ele tremendo-se no frio e muita bem calado
e é pá, bem bem alheado do bem que se estava do outro lado.
calou-se esperou que a noite,
a noite chegar
procurando-a
levado no amarelo rasgado
do cavalo do seu irmão tigrado.
perdido seguindo atrás do teu encalço desejado.
ela disse-me depois no dia que começou
vê lá se te calas ou se falas por fim
que aqui há pipocas e companhia mais que uma sem fim.
em todo o lado se sentiu
a terra tremeu
rindo sem fim
ou temendo sabe-se lá ainda se por mim
e ele que em si fugiu
sentou-se lado a lado,
frente a frente,
com quem o tinha chateado
com quem o tinha maltratado,
e nada lhes disse que não tivesse já desejado.
e adormeceu que estava demasiado canado
que toda a noite havia já um vão procurado,
e música não havia nenhuma ensinado.
descoberta em redes coberta
mergulhar nessa janela para o mar num dia que seja nosso aprendendo a nadar surfando nos teus braços meus abraçada a braçada
ao longe berros
vozes na noite
gritos de quem não entendo palavra
que creio atingir ao longe o que ao perto não arrisca
escondendo-se das sombras à noite
carros à porta
medos
silêncios caminhando
escadas erguendo-se ante escadas
caminhando vizinhos que se abrem
à vida na noite
à minha porta sinto-te mas nunca mais soube de ti.
lá fora o azul das sirenes deu continuidade à noite
em dias destes dou por mim extinto
estético mirando a vista do desafio anterior
que se perde na busca da vitória
perdida em mãos que a idolatram
quem sabe se as minhas próprias
que se reencontrando lhe devolvam o seu próprio destino.
que desafio este ainda por desvendar
onde me novelo sem ponta por onde me desapeguem
caminho de uma crusada interior
que se perdeu do sentido
em que um dia se reencontrou
pela plenitude de um olhar intenso
que se fechou um dia da minha visão.
vejo-te mesmo que não te encontre
e ande perdidamente fechado em mim mesmo
e apenas encontre vazio de olhar em olhar vadio
mas peço-te olha por mim mesmo que não me vejas
ou me encontres em quem ao teu lado te reveles.
desejo-te, ainda que encontrar-te não ouse hoje
estético mirando a vista do desafio anterior
que se perde na busca da vitória
perdida em mãos que a idolatram
quem sabe se as minhas próprias
que se reencontrando lhe devolvam o seu próprio destino.
que desafio este ainda por desvendar
onde me novelo sem ponta por onde me desapeguem
caminho de uma crusada interior
que se perdeu do sentido
em que um dia se reencontrou
pela plenitude de um olhar intenso
que se fechou um dia da minha visão.
vejo-te mesmo que não te encontre
e ande perdidamente fechado em mim mesmo
e apenas encontre vazio de olhar em olhar vadio
mas peço-te olha por mim mesmo que não me vejas
ou me encontres em quem ao teu lado te reveles.
desejo-te, ainda que encontrar-te não ouse hoje
sinto-te em minha interioridade
mesmo que instinto
nosso aquilo que nús pertença e ninguém divide
sábado, 1 de setembro de 2012
almofadinhas
era a história de um sonhador tão grande que passava o dia a dormir e um dia acordou embrulhado numa vida de pesadelo sem peluche em pêlo debaixo do vento de que se abrigava nessa noite sem brisa
patapatapum de patadas
estou com uma depressão galopante a cavalgar dentro de mim passo a compasso, patada a passada
0-...
que importa a estatística quando no fim a vitória é precisa e a derrota segura, assobios para os empatas que atiraram com as bolas ao poste quando as pernas ainda davam conta da audiência
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